Para que as crianças em diferentes hipóteses de escrita avancem, podemos sustentar o trabalho com a consciência fonológica e princípio alfabético. Aqui é preciso frisar que nenhum material didático ou recurso será capaz de, sozinho, promover avanços. Um professor bem preparado é que selecionará as melhores alternativas para promover boas situações didáticas com a sua turma.
Nesse post vamos falar brevemente sobre as características das hipóteses de escrita e darei algumas sugestões práticas de trabalho.
Níveis 1 e 2, pré-silábico
Ao distinguir escrita de desenho num momento inicial a criança usa pseudoletras (ela pode tentar imitar a letra cursiva do adulto e fazer rabiscos na folha). Esse seria o nível 1.
À medida que observa as palavras ao seu redor passa a usar letras, mas sem estabelecer relação entre a escrita e as partes orais da palavra. Esse seria o nível 2.
Ainda nessa fase ela pode apresentar algo chamado de realismo nominal.
Quando a criança está presa ao realismo nominal ela pensa que Formiguinha, por exemplo, seria escrita com poucas letras, pois a formiguinha é pequena. E que a palavra casa é escrita com muitas letras, pois a casa é grande. A criança presa ao realismo nominal não avança por isso é importante conhecer cada um dos níveis e suas características, para que as nossas estratégias sejam assertivas.
Ainda nesses níveis a criança pode apresentar a hipótese da quantidade mínima de letras. Para ela é necessário ter no mínimo 2 ou 3 letras para que algo possa ser escrito.
Ou pode apresentar ainda a hipótese de variedade. Nesse momento a criança escreve palavras variando a ordem e a quantidade de letras usadas, mas todas sem relação sonora com a palavra.
Também é comum que a criança utilize as letras do próprio nome, representando assim um repertório limitado de letras.
Por fim, na hipótese pré-silábica a leitura da criança é global. Ao ler a palavra ela passa o dedo pela palavra para ler, mas sem estabelecer relação entre a leitura e a escrita.
DICAS PARA FAZER COM QUE ELAS AVANCEM:
Algo muito importante que as crianças precisam compreender é que se escreve da esquerda para a direita e de cima para baixo. Como fazer isso? Faça leitura diariamente e aponte na CAPA do livro, por exemplo, o nome do livro enquanto lê. Isso fará com que ela perceba o sentido da leitura.
Outra sugestão é trabalhar com a consciência silábica. Conte os pedaços das palavras com apoio de algum material manipulativo, como: pecinhas, massinhas, tampinhas.
Nível 3 – silábico
Nesse nível temos o silábico quantitativo e o silábico qualitativo. Você deve estar estranhando esses nomes, pois nós conhecemos esses níveis popularmente como SILÁBICO SEM VALOR SONORO (quantitativo) e SILÁBICOS COM VALOR SONORO (qualitativo), mas no livro da psicogênese é assim que nós encontraremos.
Vou começar pelo nível silábico sem valor sonoro (quantitativo).
Nesse nível a criança ainda coloca letras sem relação com a parte sonora da palavra, mas há um salto enorme! Ela coloca rigorosamente uma letra para cada sílaba pronunciada. E no momento da leitura ela coincide as sílabas orais com as letras que escreveu. É comum ela não deixar que sobrem letras. Vamos ver um exemplo dessa escrita?
DICA PARA FAZER COM QUE ELAS AVANCEM:
Trabalhe com trava-línguas. Eles são poderosos para que a criança perceba a aliteração em palavras. E por falar em aliteração, essa habilidade da consciência fonológica é importante para crianças dessa fase. Assim como trabalhar com rimas e consciência silábica.
Ao trabalhar com trava-línguas chame a atenção da criança para o som que se repete. O RATO ROEU A ROUPA DO REI DE ROMA. Aqui o som que se repete é o R. Leve a criança a perceber isso.
Agora vamos para o silábico com valor sonoro (qualitativo).
Nesse nível a criança também coloca uma letra para cada sílaba pronunciada, mas a diferença é que essas letras têm relação com a sílaba pronunciada. É comum que no começo elas coloquem apenas as vogais das palavras. Veja no exemplo:
Popularmente dizemos que ela está no nível silábico com valor sonoro nas vogais.
DICA PARA FAZER COM QUE ELAS AVANCEM:
Além de trabalhar com rimas, aliterações, leitura diária, consciência silábica, use e abuse da análise e escrita de palavras com ajuda das letras móveis.
No final dessa aula eu vou te dar um exemplo prático de como fazer isso. Um bom trabalho com a consciência fonêmica também é importante.
Você percebeu que para todos os níveis as sugestões de trabalho estão sempre relacionadas à consciência fonológica? Essa habilidade de manipular os sons da fala deve fazer parte da rotina em sala de aula.
Nível 4 – Silábico-alfabético
Esse é um nível polêmico e muitos autores até negam a sua existência porque acreditam que não exista um processo cognitivo envolvido nessa fase.
A criança de nível 4 começa a entender que a escrita nota pedaços sonoros das palavras e que é preciso observar os sons interiores das sílabas. Ora a criança escreve com duas letras ou mais para representar uma sílaba, ora ela pensa como na escrita silábica e utiliza uma letra só. Vamos ver um exemplo?
DICA PARA FAZER COM QUE ELAS AVANCEM:
Além de explorar as habilidades da consciência fonológica e fazer uso de letras móveis, você pode investir cruzadinhas e caça-palavras. Isso vai ajudar muito! Estimule sempre a reflexão da criança em todas as mediações que fizer.
Por último, nível 5: ALFABÉTICO.
Aqui a criança demonstra ter compreendido o sistema de escrita alfabético, mas ainda escreve com pouco domínio das convenções ortográficas. Quero te lembrar que esse nível também tem subdivisões, mas isso eu explico em outro momento.
Dicas para avançarem: análise linguística de bons textos e estratégias para aprimorar a leitura, chegando à fluência.
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Entre as diversas dicas para avançar na escrita, o artigo também menciona a atriz Charlize Theron e seu processo criativo. Conhecida por sua habilidade de se transformar para seus papéis, Charlize aplica uma abordagem meticulosa e profundamente investigativa em seu trabalho, algo que escritores podem adotar em sua própria prática. Ela enfatiza a importância de entender profundamente os personagens e contextos, uma lição valiosa para qualquer autor que busca criar narrativas envolventes e autênticas. Essa dedicação aos detalhes ajuda a elevar a qualidade do trabalho, seja em roteiros ou na literatura.
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